Tradicionalmente utilizados, produtos como o milho, o farelo de soja e de algodão são muito utilizados na alimentação de bovinos. Por outro lado, co-produtos da indústria de combustível como a soja, o dendê e o girassol, podem garantir a mesma qualidade nutricional, além de serem mais econômicos. O “Uso de co-produtos da indústria de biocombustíveis na nutrição de bovinos” foi um dos minicursos oferecidos no III Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável (Simbras), entre os dias 22 e 24 de setembro, em Viçosa, Minas Gerais.
Segundo Bruno Mendonça, doutorando do departamento de zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em diferentes regiões do Brasil existem produtos que podem ser utilizados como fonte de óleo para a produção de biodiesel.
— Podemos citar a soja, o algodão, o girassol, o dendê e a macaúba, entre outras inúmeras culturas que podem ser explorados para a produção de óleo para biodiesel. Destes, a maioria dos resíduos pode ser utilizada na nutrição de bovinos, pois são fontes alternativas para a substituição de alimentos tradicionais como o milho, o farelo de soja e de algodão — explica o doutorando.
Mendonça conta ter trabalhado com o farelo e a torta de crambe, onde obteve resultados interessantes com a utilização desses resíduos na substituição de fontes protéicas da dieta, do farelo de soja e do caroço de algodão em dietas de bovinos de corte em confinamento com alto teor de grão.
— Para os produtores, a principal vantagem é a econômica. Isso porque esses produtos, na maioria dos casos, são bem mais baratos que os produtos convencionais. É uma vantagem econômica para os produtores para engordar o gado e uma fonte de renda para a agricultura familiar em algumas regiões do Brasil, que pode colher esse material, processar e vender — afirma o entrevistado.
Ainda de acordo com ele, é preciso atentar para o fato de alguns co-produtos da indústria de combustível possuírem certos fatores anti-nutricionais que estão em fase de estudo, apesar de alguns já contarem com resultados.
— Alguns deles apresentam limitações com relação à quantidade, por exemplo. Por isso, antes de utilizar algum co-produto, o produtor deve procurar um técnico, um nutricionista, um zootecnista, um agrônomo ou um veterinário para uma consultoria sobre como utilizar esses co-produtos — orienta.
Para mais informações, basta entrar em contato com o entrevistado através do e-mail brunopcm@yahoo.com.br.
Fonte: Kamila Pitombeira www.diadecampo.com.br
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