quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ILP gera sustentabilidade econômica no Paraná

Integração Lavoura-Pecuária mitiga gases de efeito estufa, melhora qualidade do solo e garante pastagem o ano inteiro

Kamila Pitombeira
17/11/2011

Modelo de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) tem sido adotado por diversos produtores rurais no país. No Estado do Paraná, por exemplo, tem mostrado resultados positivos. O projeto de ILP adotado no estado foi criado em 1996 pelo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) em parceria com outras instituições e tem sido desenvolvido em pequenas, médias e grandes propriedades. Além de mitigar a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, o sistema de produção melhora a qualidade do solo e garante pastagem para os animais durante todo o ano. Portanto, o modelo é garantia de sustentabilidade ambiental e econômica. Segundo Sérgio Alves, pesquisador do Iapar e gerente do projeto de ILP, o sistema pode ser dividido em duas frentes: a reforma e recuperação de áreas de pastagens degradadas em plantio direto e a montagem de um sistema intensivo de ILP.
— Acredito que o Estado do Paraná tenha a maior área de ILP do Brasil junto com as cooperativas. Já existem muitos produtores fazendo esse trabalho. Alguns fazem 100% do que recomendamos e outros fazem 70%. No entanto, temos avançado bastante nessa questão e acredito que temos, no Paraná, mais de 300 mil hectares de ILP — afirma.
Na região de Campo Mourão, por exemplo, Alves diz que o Iapar planta soja no período de verão em 70% da área. Já nos outros 30%, usa uma pastagem perene de verão em pastejo rotacionado intensivo. No inverno, são plantadas aveia e azevém adubado. Com isso, é possível obter um pasto para pastejo dos animais no verão e um pasto de inverno pós-soja, onde os animais permanecem no período de inverno.
— Dessa forma, temos pastagens o ano inteiro para os animais. Nessa área, nossa produtividade de soja é muito boa. A média dos últimos dois anos foi de 65 sacos por hectare. Esse projeto de ILP é interessante, pois aumenta a sustentabilidade dentro das propriedades, tanto ambiental, como econômica. Além disso, o produtor fica menos sujeito a perder uma safra por qualquer problema climático — explica o pesquisador.
Já em relação ao solo, ele conta que muitos produtores têm dúvidas sobre uma possível compactação devido ao pastejo de animais. De acordo com o entrevistado, se a pastagem for bem manejada, não ocorre uma compactação significativa do solo, mas sim um pequeno adensamento na camada superficial, entre os primeiros 5 cm e 7 cm, o que é rompido com uma plantadeira.

— Pelo contrário, mantemos o solo coberto ao longo de todo o ano, sempre com bastante palha, o que aumenta o teor de matéria orgânica. No primeiro e segundo ano, o aumento é pequeno, mas depois passa a ser significativo — diz.
Como é feita ainda uma adubação das pastagens de inverno, Alves afirma que a pastagem cresce muito mais. Os animais não consomem toda a pastagem produzida, por isso, sobra uma quantidade de forragem que acaba caindo sobre o solo e virando palha. Essa palha se transforma em matéria orgânica e entra no sistema. Com isso, aumenta-se o teor de carbono no solo, que estaria na atmosfera.
— Se essa prática fosse adotada no Brasil inteiro, estaríamos diminuindo de forma considerável os gases do efeito estufa. Existem unidades de pesquisa de 12 hectares de alta produtividade, com 36 animais por ano e 550 sacos de soja. Temos ainda produtores de 5 hectares, por exemplo. Portanto, essa tecnologia pode ser aplicada por pequenos, médios e grandes produtores — garante.
Para mais informações, basta entrar em contato com o Iapar através do número (43) 3376-2000.

Fonte: www.diadecampo.com.br

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