sexta-feira, 30 de março de 2012

Conselho Municipal de Sanidade Agropecuária empossa novo presidente


Na tarde de terça-feira (27) foi realizado, no auditório do Sindicato dos Produtores Rurais de Cornélio Procópio (Sindirural), uma reunião do Conselho Municipal de Sanidade Agropecuária (CSA), com a finalidade de discutir o plano de ação do grupo, aprovação do estatuto e posse do novo presidente do Conselho, o médico veterinário, Cristiano Leite Ribeiro. A reunião contou com a presença de representantes das instituições de todos os pontos da agropecuária de Cornélio Procópio, além do vereador Ricardo Leite Ribeiro, representando a Câmara Municipal e do médico veterinário da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Celso de Oliveira.
Criado em 2009, o CSA trabalha tanto com sanidade animal, como com vegetal, procurando manter na agropecuária um sistema de produção que respeite o meio ambiente e que gere um produto melhor para o consumidor. É um Conselho consultivo, ou seja, ele não cria leis, e sim, sugere ao legislativo municipal, estadual e até o federal uma legislação que propicie benefícios ao município.
Segundo Cristiano Leite Ribeiro, empossado presidente do Conselho durante a reunião, a função do CSA é embasar o legislativo com dados e realidades do meio rural para que ele possa criar leis cada vez mais precisas e exeqüíveis. “Cornélio tende a ser um dos Conselhos mais ativos da região, tendo em vista a representatividade presente hoje aqui na reunião. Tivemos instituições de todos os pontos da agropecuária que se comprometeram a trabalhar assiduamente no Conselho. Além disso, vamos criar um canal de recebimento de denúncias que envolvam a população rural e agropecuária de Cornélio, centralizado na sede do Conselho, aqui no Sindirural”, enalteceu Cristiano.
O CSA estabeleceu ainda uma parceria com o Núcleo Regional de Educação, a fim de conscientizar as crianças sobre a sanidade animal e vegetal. “Não há conscientização da população se as crianças não forem conscientizadas inicialmente. A criança é um replicador, é uma caixa de ressonância  daquilo que você quer que os pais saibam”, salientou o novo presidente do Conselho.
Para Cristiano, a presença do vereador Ricardo Leite na reunião foi excepcional, pois cria um canal de comunicação direto com o legislativo municipal. “O Conselho é um órgão que tem o poder de identificar os problemas, fazer um diagnóstico das principais sanidades do município e propor soluções educativas e até ações junto ao Governo municipal, estadual e federal, através de sugestão e emissão de pareceres que possibilitem resolver as problemáticas com ações públicas”, esclareceu o vereador, Ricardo Leite. Ele falou ainda sobre a intenção do legislativo e executivo municipal em criar uma secretaria de agricultura no município. “A criação deste órgão vem viabilizar suporte ao Conselho e também verbas orçamentárias do Governo Estadual e Federal que dependem não somente do CSA no município, mas de uma secretaria que possa responder por isso”, adiantou.
O médico veterinário da FAEP, Celso de Oliveira, explicitou que nos últimos três anos foram implantados em todo o Estado do Paraná 374 Conselhos Municipais e destes, aproximadamente 40% encontram-se hoje bastantes ativos, desenvolvendo um trabalho de apoio a defesa agropecuária do Estado. “Os demais Conselhos, com o apoio incondicional do Governo do Estado, estão retomando este trabalho de ativação dos mesmos, renovando as diretorias, rediscutindo os planos de ação, pontuando os problemas levantados no município e recebendo todo o apoio necessário para que retomem suas atividades no sentido de tornar o setor agropecuário cada vez mais forte”, concluiu Celso.
Fonte: www.rc1490.com 

O hemograma é o exame de sangue mais importante devido à sua praticidade, economia e utilidade. Sendo o sangue responsável pela homeostasia do organismo e o hemograma um exame geral do animal, o hemograma oferece informações que podem ser utilizadas como ferramenta pelo veterinário para, em associação a outros sinais e exames, realizar a busca diagnóstica.
Assim sendo, o hemograma deve ser solicitado por várias razões, entre elas em um procedimento de triagem para avaliar a saúde dos animais e do rebanho, na busca do diagnóstico ou prognóstico, e ainda para verificar a habilidade corporal às infecções e para monitoramento do progresso de certas doenças. O histórico, o exame de rebanho e outros testes laboratoriais são essenciais para a interpretação dos dados hematológicos que serão objetos de investigação.

Como coletar 
1- Veia Cava Anterior: deve ser feita do lado direito do animal devido a menor inervação do nervo vago inserindo a agulha no final do leito jugular;
2- Veia jugular: a agulha é inserida na veia jugular do lado direito;
 

Cuidados com o material
Uma colheita e acondicionamento adequados devem seguir rigidamente os métodos preconizados pela técnica, bem como estarem condizentes com o procedimento do laboratório que irá processar o material. Mesmo com a diversidade de amostras a serem colhidas, algumas regras básicas são comuns a todas. A mais importante delas talvez seja a adequada identificação da amostra, tanto junto ao frasco ou embalagem do material, como na ficha de solicitação do exame (enviada juntamente com o material). O material deve ser remetido sob refrigeração e o mais rápido possível.
A identificação da amostra deve ser feita de modo a não se destacar ou sair durante o acondicionamento, principalmente quando a amostra estiver sob refrigeração ou com cubos de gelo em caixa de isopor. O número do animal deve ser claro, escrito em letras nítidas, se possível com a data de colheita.

Série Vermelha
O hemograma completo inclui todos os testes laboratoriais utilizados para examinar as células contidas no sangue periférico. As células são classificadas como eritrócitos (células vermelhas - RBC), leucócitos (células brancas - WBC) e plaquetas. Sua contagem é realizada pelo método automatizado, sendo a contagem diferencial de leucócitos e a descrição morfológica feitos mediante exame microscópico do esfregaço sanguíneo por profissionais capacitados em análises clínicas veterinárias.
O hematócrito (HT ou HTC) refere-se à percentagem ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total de sangue. Caso o valor seja inferior à média, significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos circulantes. Podem ser obtidas alterações falsas como a diminuição do HTC devido a excesso de EDTA, amostras velhas sem refrigeração ou refrigeradas por longos períodos. Caso o HTC apresente valor superior à média, significa que existe uma quantidade maior de glóbulos vermelhos para o volume de sangue, podendo ser falsamente aumentado quando o animal se encontra desidratado ou a colheita do sangue tiver sido realizada sob situação de excitação ou stress.
Os eritrócitos ou hemácias servem como veículos de transporte mediante a aquisição de oxigênio no pulmão, carreando o O2 para as células desprovidas de oxigênio, trocando e carreando o dióxido de carbono de volta aos pulmões para liberação via expiração. A hemoglobina é o principal componente dos eritrócitos e é responsável pelo transporte de oxigênio e dióxido de carbono. Esse ciclo é continuo e repetido por toda a vida do eritrócito. Os eritrócitos são descritos pelo seu tamanho, formato e grau de palidez central.
 
Figura 2: Hemácia, um trombócito e um leucócito. Fonte: Wikipedia.

Série Branca
As células brancas são menos numerosas que os eritrócitos e realizam suas funções predominantemente nos tecidos. O número total circulante reflete o equilíbrio entre o fornecimento e a demanda, variando entre as espécies. Há uma discreta variação de acordo com a idade, mas a contagem total mantém-se normal.
A contagem diferencial de leucócitos pode ser apresentada em números relativos (%) e/ou absolutos (número por microlitro). A interpretação deve ser baseada, de preferência nos números absolutos, principalmente nos casos em que a contagem global se apresentar elevada ou muito baixa.
Os leucócitos são classificados em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e agranulócitos (linfócitos e monócitos).
Neutrófilos: Representam uma das principais linhas de defesa do organismo, principalmente por bactérias. Encontra-se em maior porcentagem na contagem global total. Possuem a função básica de fagocitose e morte de microrganismos. Subdividem-se em dois tipos: adultos (maduros, segmentados), caracterizados por possuírem núcleos lobulados e bastonetes (imaturos, não segmentados). A média de vida desse grupo celular é de 9 dias.
Linfócitos: Ocupam o segundo lugar em número na corrente sanguínea. São componentes fundamentais do sistema imune. Possuem particularidade de recircular e preservar a capacidade de mitose. São constituídos por subpopulações distintas quanto às suas funções. Linfócitos B (produtores de anticorpos) e linfócitos T, que possuem função de regular as respostas imunes aos antígenos protéicos e servir como células efetoras para eliminação de microrganismos intracelulares.
Eosinófilos: Constituem cerca de 2% da contagem total. Sua produção encontra-se aumentada nas infecções parasitárias. Participa também na resposta aguda inflamatória.
Monócitos: Desempenham papel importante na defesa contra microrganismos intracelulares como fungos, vírus e algumas bactérias. Atuam também na formação da resposta imune por atuarem como células apresentadoras de antígenos. São importantes também no processo inflamatório por secretarem substâncias biologicamente ativas e serem responsáveis pela remoção e processamento de células senescentes e debris, filtração de bactérias e toxinas do sangue portal. Os monócitos após entrarem na circulação permanecem no máximo 24 horas e migram para tecidos nos quais se diferenciam em macrófagos.
Basófilos: Tal grupo celular assemelha-se aos grandes mastócitos. Liberam heparina, impedindo a coagulação sanguínea assim como aceleram a remoção de partículas de gordura do sangue. Constitui a classe menos numerosa de leucócitos e não são frequentemente observados.

O hemograma + leucograma são importantes para detectar:
Anemias como: anemias ferropriva em animais jovens (má aplicação de ferro ou mesmo produtos de baixa qualidade); anemia em adultos (PCV2-Circovírus lesa tecidos renais que produzem eritropoietina, estimulante da medula a produzir hemácias), além das tradicionais verminoses que ainda ocorrem em suínos em sistema criados em instalações que utilizam cama, lâmina d'agua; etc.

Leucopenia é importante para detecção de infecções virais, como tem havido muito em leitões com Influenza ou mesmo outras viroses.

A Leucocitose já aparece confirmando casos de infecções bacterianas (primarias ou mesmo secundarias).

Como se trata de saúde de população, SEMPRE recomendamos realizar uma amostragem adequada. O número de amostras deve ser correto para ter validade, boa interpretação dos resultados e perfeita implantação de medidas corretivas e preventivas, isto porque um número baixo de amostras pode levar a resultados de pouco valor diagnóstico e epidemiológico.
De um modo prático, recomendamos que sejam remetidas 5-10 amostras de animais doentes e 5-10 amostras de animais ao caso para monitoria do estado de saúde do lote.

 
Fonte: www.diadecampo.com.br

Larvicultura de peixes


João Batista Fernandes e Alexandre Diógenes
21/03/2012

Como é citado em muitos artigos e revistas da área, a piscicultura mundial tem apresentado um aumento significativo, onde o Brasil tem se destacado na produção de peixes de água doce. E, para tanto, surge à necessidade da obtenção de larvas de boa qualidade, que pode ser por meio do extrativismo ou por produtores especializados.
É considerada larva de um peixe o animal recém-eclodido, que se alimenta de sua reserva energética (vitelo). Nessa fase, a fisiologia do peixe passa por diversas etapas de desenvolvimento, tal como a abertura da boca e formação do trato digestório (para futuras alimentações exógenas) e a insuflação da vesícula gasosa (para a flutuabilidadee locomoção na água). A duração desse estágio depende basicamente das condições ambientais e da espécie.
O ato de retirar as larvas de peixes do ambiente natural é bastante antigo. E, por meio disto, foi possível aumentar a produção de pescadohá alguns séculos atrás. Atualmente essa atividade está bastante reduzida, uma vez que as técnicas deprodução desses organismos em ambientes artificiais e controlados vem sendo dominadas e aperfeiçoadas dia a dia. Contudo, ainda é possível visualizar esta atividade extrativista, principalmente em pisciculturas marinhas.
A produção de larvas em cativeiro surge para acompanhar o crescimento das pisciculturas, fornecendo peixes de boa qualidade e em grandes quantidades. Isto vem ocorrendo desde a inserção da primeira piscicultura na Alemanha em 1850. No Brasil, a produção de larvas de peixes é voltada tanto para os peixes nativos, tendo como exemplo o tambaqui e pacu, assim comoprodução de espécies exótica como atilápia-do-Nilo.
A produção de ovos para a larvicultura pode ser via reprodução artificial, que envolve o uso de hormônios (natural ou sintético), que é injetado nos peixes sexualmente maduros para estimular a ovulação e espermiação. Já areproduçãosemi-artificial, não requer o uso de administração de hormônios. Neste caso asmatrizes pré-selecionadassão criadas em um ambiente em que suas exigências fisiológicas e ambientais são satisfeitas, além da oferta de uma dieta balanceada para a espécie.
A maior dificuldade de sucesso na produção de larvas de peixes está relacionada com a dieta a ser ofertada, tendo em vista que nesta faseos peixes precisam de umalimento balanceado, rico em energia, para o seu rápido desenvolvimento. As rações para pós-larvas devem apresentar alto nível proteico(entre 40-50%) e de energia bruta entre3.600 a 4.200 kcal/kg, além de apresentarem textura menor que 0,5 mm e uma adequada flutuabilidade, evitando as excessivas perdas de nutrientes por lixiviação na água,principalmente os aminoácidos e as vitaminas hidrossolúveis.
A fase de pós-larva é considerada quando ocorre a transição alimentar, ou seja, no momento em que as larvas deixam de teruma alimentação endógena(reservas vitamínicas) e passam a ter uma alimentação exógena, principalmente do plâncton presente na água dos viveiros e ração balanceada. Entretanto essa fase da criação de peixes nem sempre é bem sucedida, pois as pós-larvas podem não aceitaradequadamente a dieta artificial, favorecendo o canibalismo e má formação das estruturas vitais, como o trato digestório, nadadeiras e pigmentação dos olhos.
O peixe é considerado juvenil quando apresenta suas estruturas morfológicas semelhantes a os adultos. Nessa fase há maior procura pelos produtores, tendo em vista que os peixes estão mais resistentes tanto para transporte, quanto para o manejo de produção.
É muito comum usarmos o termo alevinos para fase de transição pós-larva/juvenil.Porém, segundo GOMESet al. (2003), este termo é empregado erroneamente no Brasil. Segundo esses autores, os produtores de peixes tropicais brasileiros comparam o desenvolvimento inicial de seus peixes com a fase de desenvolvimento compreendida entre a eclosãodas larvas e o aparecimento das nadadeiras nos salmonídeos, chamado de “alevin”.
O manejo adequado das larvas/pós-larvas, assim como a manutenção da qualidade de água são fatores críticos e fundamentais para a boa formação e sobrevivência desses animais. Logo o sucesso da produção depende do conhecimento da biologia da espécie a ser produzida. Assim, diversos estudos na área de larvicultura estão sendo executados, a fim de aprimorar as técnicas de cultivo. Desta forma, a obtenção de larvas/pós-larvas pelos produtores de peixe de engorda deve ser feita em larviculturas bem conceituadas, minimizando possíveis falhas na produção e maximizando lucros na produção.
REFERÊNCIA
GOMES, L.C.; ARAUJO-LIMA, C.A.R.M. e ROUBACH, R. Alevino – um termo equivocado na piscicultura brasileira com consequências no setor produtivo. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v.20 (2), p.353-359, 2003.

Fonte: www.diadecampo.com.br

Leite de cabra: características e posicionamento no mercado consumidor

O leite de cabra apresenta quantidades superiores de alguns ácidos, assim como dos caracteres próprios da caseína que, durante a digestão forma coágulos menos resistentes que os do leite de vaca
Emanoel Elzo Leal de Barros
26/03/2012
O Brasil possui cerca de 9.312.784 cabeças de caprinos, estando concentrado na região Nordeste, que detém 91% do rebanho. Esta espécie animal apresenta uma importância social e econômica muito forte nesta região, tendo em vista que, em várias situações, funcionam como moeda de troca. Entretanto, a caprinocultura desperta interesse de criadores e técnicos, não só na região Nordeste, mas em todas as regiões brasileiras.
Ela apresenta um grande potencial produtivo, principalmente no que diz a respeito à produção de leite e carne. Entretanto, o posicionamento destes produtos no mercado enfrenta alguns entraves, dentre estes, podemos relacionar o preconceito com relação ao consumo e o preço destes produtos no mercado.Todavia, com relação ao leite de cabra, é indiscutível a grande possibilidade de utilização deste na alimentação humana.
O leite de cabra é de cor branca, pois apresenta uma baixa concentração do pigmento ß-caroteno conhecido como provitamina A, que origina a cor amarela no leite de vaca, em compensação o leite de cabra tem em sua composição teores elevados de vitamina A (1850 UI a 2264 UI de retinol), que estão disponibilizados após o consumo e que atuam como coadjuvantes em restituir ou manter os níveis no organismo desta vitamina, evitando-se doenças degenerativas na visão, reprodução, pele e perda de funções orgânicas. Apresenta ainda, um sabor mais adocicado e odor diferenciado do leite de vaca, possui alto valor nutritivo e é de fácil digestão, devido ao reduzido tamanho dos glóbulos de gordura, com 65% de diâmetro inferior a 3 microns, além do fato de que a gordura do leite de cabra difere da gordura do leite de vaca em relação às quantidades médias dos ácidos graxos.
O leite de cabra apresenta quantidades superiores dos ácidos butírico (C4:0), capróico (C6:0), caprílico (C8:0), cáprico (C10:0), láurico (C12:0), mirístico (C14:0), palmítico (C16:0) e linoléico (C18:2), assim como dos caracteres próprios da caseína que, durante a digestão forma coágulos menos resistentes que os do leite de vaca, sendo desintegrados mais rapidamente pelas enzimas proteolíticas.

Estas características fazem com que o leite de cabra seja reconhecido como alimento funcional, que pode ser definido “como todo produto alimentício ou componente do alimento e suas participações cientificamente conhecidas na manutenção da saúde, redução de riscos de doenças crônicas e modificação das funções fisiológicas".
Apesar destas características do leite de cabra, este produto, como comentado acima, ainda não alcança um número maior de consumidores. Não estamos aqui, apostando que o leite de cabra venha a ocupar o espaço do leite de vaca no gosto da população. Mas, questionar sobre uma discussão acerca da implantação de ações que busquem uma maior participação deste produto no mercado consumidor.
Neste sentido, voltamos a insistir, que as associações e/ou cooperativas de produtores passem (ou continuem) a discutir e propor políticas de fomento a esta atividade. Outro ponto de extrema importância é a realização de pesquisas que visem disponibilizar para os produtores informações, as quais devem ser de fácil entendimento e aplicabilidade, em funções das características especificas de cada sistema de produção.
Estas informações, não devem estar relacionadas só a manejo nutricional, sanitário e/ou reprodutivo dos animais. Informações sobre qualidade do leite de cabra e formas de utilização também são importantes, além do estabelecimento de estratégias de marketing.
Por se tratar de uma excelente opção de alimento, o leite de cabra pode ter uma maior participação na alimentação da população, porém, muita coisa ainda precisa ser feita. Cabe, neste contexto, manter o esforço comum entre associações, instituições de pesquisa e de fomento com o objetivo de se estabelecer um modo de governança para esta importante atividade.

Fonte: www.diadecampo.com.br

Genética de ponta para aumentar o rebanho

Efetivo em caprinos e ovinos precisa progredir mais de 120% para atender mercado, mas índice de fêmeas inseminadas é muito baixo



Juliana Royo
26/03/2012

De alguns anos para cá, os produtores de caprinos e ovinos viram a demanda de mercado consumidor aumentar bruscamente. Com a busca por leite de cabra e carne de carneiro, está faltando animal para atender as necessidades do consumidor, e essa tendência só vai aumentar. Estima-se que o rebanho brasileiro esteja defasado em 120% e o índice de fêmeas inseminadas seja próximo a 0,5%. Com o melhoramento genético é possível reverter esse quadro rapidamente e fornecer animais de maior qualidade ao mercado, com menor tempo de terminação e maior qualidade frigorífica.
— O grande gargalo da ovinocultura hoje é que tá faltando animal no campo. A vantagem do programa de melhoramento genético é que ele vai melhorar a capacidade produtiva deste rebanho, fazendo com que ele se torne mais eficiente produzindo fêmeas e carneiros mais produtivas e cordeiros que possam ser terminados mais cedo, tenham maior potencial de rendimento de carcaça e maior conversão alimentar. No caso dos caprinos, que produzam mais leite — diz Edson Siqueira, gerente de produtos para caprinos e ovinos da Alta Genetics.
Obviamente o investimento inicial é pesado para alguns produtores, porque é preciso comprar sêmens de alta qualidade e fazer o treinamento para participar do programa de melhoramento. No entanto, segundo Siqueira, esse investimento se paga em três anos, para a maioria. No caso de produtores de elite, o retorno é ainda mais rápido porque o preço de venda dos animais é mais alto.
— A tecnologia é totalmente lucrativa para o produtor porque melhora a eficiência do rebanho. Um animal que ganhe meio quilo a mais no confinamento por dia, já significa de 10 a 12 dias a menos de confinamento. E o mercado está aí, está exigindo esta demanda — destaca o gerente.
Siqueira explica que não existe um número de fêmeas inseminadas ideal porque é preciso estudar o objetivo de cada produtor e fazer um planejamento financeiro de quanto ele quer gastar e ganhar. Inicialmente, o programa começa com 30% de fêmeas inseminadas e vai aumentando gradualmente este número. Para nível de comparação, países como França e Austrália têm 60% das ovelhas e 90% das cabras são inseminadas.
— As duas principais raças ovinas trabalhadas por nós são a Dorper e a Santa Inês, que é considerada no Brasil a raça mãe, pela adaptabilidade, é a raça de matriz. A Dorper entra como uma raça terminal, que agrega características de carcaça e menor tempo terminal aos animais Santa Inês. Para os caprinos, o programa de melhoramento genético é voltado para a produção de leite e as raças  mais utilizadas são a Anglo Nubiana e Saanem — explica.
O especialista alerta que a primeira coisa que um produtor interessado em participar do programa de melhoramento genético e inseminação artificial deve fazer é ter o manejo nutricional e sanitário da propriedade em ordem porque essa é a base de toda a criação. A partir daí, entra o manejo reprodutivo. Ele ensina que o planejamento financeiro e o auxílio técnico são fundamentais para se ter sucesso e para que o investimento inicial feito se recupere rapidamente.
Para mais informações sobre genética de caprinos e ovinos, os interessados devem entrar em contato direto com a Alta Genetics pelo telefone (34) 3318-7777  ou site www.altagenetics.com.br.


Fonte: www.diadecampo.com.br

quinta-feira, 15 de março de 2012

Novo horário de funcionamento da delegacia do CRMV-PR em Cornélio Procópio


15/Mar/2012
O CRMV-PR informa que, a partir de segunda-feira (19), a Delegacia Regional de Cornélio Procópio funcionará em novo horário, das 10 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Para maiores informações entrar em contato com a Sede, localizada em Curitiba, pelo e-mail crmv-pr@crmv-pr.org.br ou (41) 3263-2511.
 
Fonte: Assessoria de Comunicação do CRMV-PR

terça-feira, 13 de março de 2012


A pastagem é a forma mais prática e econômica de se alimentar os rebanhos, pois o próprio animal é quem colhe o seu alimento, sendo de grande importância nos sistemas de produção animal, principalmente em regiões áridas e semi-áridas. Nestas regiões são comuns prolongadas épocas de estiagem, onde o pasto existente se torna deficiente em quantidade e qualidade nutritiva, ou seja, com alto teor de fibra de baixa qualidade e reduzido teor de proteína e carboidratos. Assim, o alimento ingerido pelos animais não é suficiente para manter suas funções vitais, fazendo com que as reservas corporais sejam consumidas, ocasionando perda de peso, queda de produção e na eficiência reprodutiva, diminuição do crescimento, podendo chegar a provocar a morte dos mesmos.
Os animais que resistem à época de escassez de alimento submetem-se a um regime de ganho e perda de peso, apresentando produção apenas na época das águas, onde existe grande quantidade de alimento, mas em contrapartida os preços dos produtos de origem animal são baixos em virtude do excesso de oferta. Este processo proporciona ao produtor redução na receita, que buscando minimizar este efeito suplementa seus animais no período da seca, para garantir a sobrevivência ou evitar a venda de parte do rebanho e até podendo disponibilizar produto na época da entressafra.
A irrigação de pastagens tem grande importância nas regiões semi-áridas, pois através desta técnica poderá se produzir alimento para o rebanho durante todo o ano em quantidade e qualidade satisfatórias, desde que bem manejada. Mas o uso da água deve ser analisado do ponto de vista ecológico e econômico, pois o problema referente à sua escassez deixou de ser uma questão a ser resolvida no futuro e passou a ser um problema da atualidade. Hoje já existem locais em diversas partes do mundo em que a água já não é disponível para as necessidades básicas da população e outras em que animais e até mesmo pessoas morrem ou ficam bastante debilitadas por sua falta.
Na região semi-árida do Nordeste brasileiro, não bastando à quantidade insuficiente de água para atender às necessidades da população (consumo, indústria, irrigação etc.), também é comum ocorrer problemas com o alto teor de sais em grande parte das fontes de águas, sejam elas subterrâneas (poços) ou superficiais (lagoas e açudes de pequeno e médio portes). Para agravar mais ainda a situação, a concentração de sais nos pequenos e médios reservatórios, aumenta consideravelmente durante o período seco, quando o volume da água é significativamente reduzido, época em que o uso da irrigação se faz mais necessário. Já as águas de rios ou riachos podem, também, apresentar problemas de salinidade, dependendo do tipo de solo, da qualidade de água das barragens ou, ainda, do retorno da água de drenagem.
A água é um bem precioso e que precisa ser preservado e utilizado de forma eficiente para que a sua falta não venha a provocar catástrofes como já se vem especulando. Por isso estudos que avaliam o uso de água com qualidade inferior para diversos fins vêm ganhado destaque. Dentre as alternativas para o uso de água salinas na agricultura irrigada, o cultivo de forrageiras halófitas como as do gênero Atriplex, e não halófitas, mas com graus moderados de tolerância ao estresse salino, como o sorgo e o milheto, tem ocupado lugar de destaque, pelas suas elevadas produtividades mesmo quando irrigadas com água de elevada salinidade e podem se constituir em alternativas para cultivos que utilizem recursos (água e solo) salinos. Estas espécies são alternativas bastante interessantes para alimentação animal, mas nenhuma delas é apropriada para o pastejo, ou seja, na maioria dos casos são usadas para produção de feno ou silagem e fornecidas em cochos para os animais, o que torna o preço do alimento mais elevado.
Em se tratando de gramíneas forrageiras indicadas ao pastejo, os trabalhos demonstrando resistência ao estresse salino são escassos ou até inexistentes. No entanto, algumas observações feitas em campo pode-se detectar que a canarana erecta lisa (Echinochloa pyramidalis) apresenta um bom desenvolvimento em solos afetados por sais. Ademais, apresenta-se bastante apreciado pelos animais, possui bom vigor na rebrota após pastejo e bom valor nutritivo, proporcionando aos animais alimento de qualidade, dando condições para que eles possam expressar seu potencial produtivo.


Fonte: www.diadecampo.com.br

A produtividade animal é dependente de diversos fatores, destacando-se entre eles o correto atendimento das exigências nutricionais dos animais através de dietas corretamente balanceadas em proteína, energia e macro e micro minerais. Segundo Gonzaga Neto et al. (2005), exigência nutricional é a quantidade de um nutriente que deve ser suprida para satisfazer às necessidades de um animal saudável em um ambiente compatível com seu bem-estar.
Os macro e microminerais chamados de forma geral de minerais são extremamente importante para os seres vivos por estarem envolvidos na manutenção da vida, participarem de quase todas as vias metabólicas do organismo, exercerem funções importantes na manutenção do crescimento, no metabolismo energético, na função imune, no desempenho reprodutivo, assim como no aumento da produtividade animal. Os minerais são divididos com base na quantidade exigida pelo animal em macro e microminerais.
Os macrominerais são exigidos em maiores quantidades, sendo expressos em g/kg da dieta, são eles: cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg), enxofre (S), sódio (Na), cloro (Cl) e potássio (K). Já os microminerais são exigidos em menores quantidades, estando expressos em mg/kg, são eles: zinco (Zn), cobre (Cu), cobalto (Co), iodo (I), selênio (Se), manganês (Mn), ferro (Fe), flúor (F) cromo (Cr) e níquel (N).
Dietas deficientes em minerais podem causar um quadro de carência, apresentando sintomas característicos para cada mineral. Alguns desses sintomas são deformações ósseas, osteomalácia (amolecimento dos ossos), raquitismo, anemia, anestro (ausência ou atraso do cio), retenção de placenta, entre outros.
Alguns fatores afetam a exigência de minerais pelos animais, tais como: tipo de dieta, disponibilidade e forma química dos elementos minerais nos ingredientes, aspectos relacionados às inter-relações (antagonismos e agonismos) entre os minerais, nível de produção, idade, raça, grupo genético, sexo e condições climáticas as quais o animal encontra-se submetido (Underwood e Suttle, 1999).
Alguns comitês internacionais publicaram tabelas de exigência de minerais para ovinos e caprinos, como o norte-americano NRC, o inglês AFRC, o australiano CSIRO e o francês INRA. Estes diferem nos valores preconizados para as exigências nutricionais, em função das diferenças nas metodologias, nos fatores de correção e eficiência de utilização adotada por estes sistemas (Resende et al 2008).
O sistema de alimentação mais recentemente publicado para gerar valores de exigências nutricionais de ovinos e caprinos foi o NRC, com sua última publicação em 2007. Atualmente o NRC é o sistema mais utilizado no Brasil para cálculo de rações e suplementos minerais, porém suas tabelas são baseadas em experimentos que utilizaram material genético, forrageiras e condições ambientais distintas das nossas, levando a resultados que não correspondem às reais exigências dos nossos animais.
Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas em universidades brasileiras como as Universidades Federais da Paraíba (UFPB), Campina Grande (UFCG), Pernambuco (UFPE), Ceará (UFC), Lavras (UFLA), Minas Gerais  (UFMG) e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), com o intuito de determinar as exigências nutricionais de ovinos e caprinos, para os diversos sistemas de produção e material genético utilizados no País.
Através dos dados destas pesquisas será possível a elaboração de uma tabela de exigência mais adequada aos animais utilizados em nossos sistemas de produção, a exemplo do que foi feito na Universidade Federal de Viçosa para bovinos de corte com a tabela de exigências nutricionais de zebuínos puros e cruzados (Paulino et. al., 2010).


Referências bibliográficas

GONZAGA NETO, S.; SOBRINHO, A. G. S.; RESENDE, K. T. Composição Corporal e Exigências Nutricionais de Macrominerais para Cordeiros Morada Nova. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.6, p.2133-2142, 2005.

PAULINO, P. V. R.; CHIZZOTTI, M. L.; MARCONDES, M. I.; VALADARES FILHO, S. C. Exigências nutricionais de zebuínos puros e cruzados. 2 ed. Viçosa:UFV, 2010.

RESENDE, K. T; SILVA, H. G. O; LIMA, L. D; TEIXEIRA, A.M.A. Avaliação das exigências nutricionais de pequenos ruminantes pelos sistemas de alimentação recentemente publicados. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, suplemento especial p.161-177, 2008.

UNDERWOOD, E.J., SUTTLE, N.F. The Mineral Nutrition of Livestock. 3º ed. Midlothian, UK, p. 283–392, 1999.


Fonte: www.diadecampo.com.br

Manejo racional: planejamento sem perdas

Identificar erros, organizar ações e cuidar do gado, levando em conta o bem-estar, evitam prejuízo

Juliana Royo
13/03/2012
Racionalizar o trabalho de toda a fazenda é o objetivo da nova forma de conduzir a produção. O manejo racional busca entender as particularidades de cada produtor, fazer toda a equipe entender as necessidades do animal e, assim, cortar as perdas que são geradas na produção. Muitos fazendeiros ainda acham bobagem, mas o bem-estar animal pode fazer muita diferença no ganho do produtor. Se o animal se alimenta bem, descansa e não se estressa, ele ganha peso mais facilmente. Se for tratado sem agressividade, não terá machucados na carcaça. 
— Manejo racional é a ação com conhecimento, é desenvolver as práticas de manejo tendo conhecimento do que você deve fazer e do que pode fazer. O primeiro passo é a conscientização da necessidade porque muita gente acha que esse tipo de manejo é desnecessário. E a conscientização tem que envolver todos, desde o proprietário da fazenda, o gerente e também quem está executando o trabalho, todos têm que estar comprometidos — caracteriza o especialista no assunto Matheus Paranhos, professor da Unesp Jaboticabal.
Para saber que tipo de medidas adotar na fazenda, o produtor deve primeiro fazer um estudo de reconhecimento do manejo, de tudo o que acontece no sistema de produção. Desta forma, é possível organizar todo o sistema e identificar onde estão as maiores dificuldades. Depois deste planejamento, deve ser feito um treinamento com os funcionários da fazenda, para que eles sigam as novas instruções.
— O primeiro benefício é a redução de estresse, dos próprios trabalhadores e também dos animais. O planejamento cria um ambiente de trabalho mais tranquilo. Em função da redução de estresse, há uma redução no risco de acidentes de trabalho. Em algumas fazendas o manejo racional reduziu os acidentes de trabalho em 80%. Além de machucar os trabalhadores, os acidentes podem formar machucados nos animais, o que deprecia a carcaça. Eles também podem formar hematomas e isso afeta o preço pago — explica Paranhos.
O especialista diz que o principal erro cometido atualmente, além da falta de organização, é a agressividade usada nos animais. Ainda é muito comum que os peões utilizem de pauladas para controlar os animais ou façam pressão excessiva, o que deprecia não só a carcaça, mas afeta diretamente o ganho de peso ou produção de leite porque um animal estressado, sem descanso produz menos.
— Muita gente acha que o manejo racional será complicado, mas não é. Basta ter boa vontade. Mesmo com baixíssimo investimento, apenas com a leitura do material sobre o manejo racional já é possível mudar a postura de condução da fazenda, racionalizar o manejo, fazer o planejamento e, com isso, evitar perdas no processo produtivo — ensina o professor.

Fonte: www.diadecampo.com.br

Nova vacina combate laringotraqueite em aves

Doença encontrada no Sul de Minas e noroeste de São Paulo mata por sufocamento da traqueia

Juliana Royo
08/03/2012
A laringotraqueite infecciosa é uma doença controlada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pelo Brasil, mas existem duas regiões em que ainda existem focos do vírus: o município de Itanhandú, na Serra da Mantiqueira (MG) e a região de Bastos (SP). A enfermidade causa sangramento e uma inflamação grave na traqueia, levando a ave à morte. Mas os produtores destas regiões acabam de ganhar um aliado porque a Ceva está lançando uma nova vacina que combate a laringotraqueite infecciosa.
— O principal é que ela é uma vacina vetorizada e proporciona segurança às aves vacinadas porque esta vacina não contém o vírus vivo da laringotraqueite, portanto não há reações pós-vacinais que possam afetar a ave ou deixá-la adoentada por algum tempo — ressalta Luiz Sesti, gerente técnico da Ceva.
Sesti explica que o vírus vivo contido na vacina é o da bolba, por isso não causa nenhuma reação às aves e induz uma proteção contra as duas doenças: a bolba e a laringotraqueite infecciosa. A vacinação deve ser feita quando a ave tiver entre 4 e 8 semanas, em dose única, e pode ser aplicada em qualquer tipo de ave.
— Só pedimos que o produtor tenha a precaução de não utilizar essa vacina se as aves já tiverem recebido a vacina de bolba no primeiro dia de vida. Se o produtor quiser usar essa nova vacina contra a laringotraqueite infecciosa, ele não deve fazer a vacinação contra a bolba no primeiro dia de vida — alerta Alberto Inoue, Gerente de Marketing de Aves e Suínos da Ceva.
Os produtores interessados em mais informações devem entrar em contato com a Ceva pelo telefone 0800-7700355  ou pelo site www.cevabrasil.com.br

Fonte:www.diadecampo.com.br