Além de ser uma opção de cultura para os agricultores, a batata-doce passa a ser também uma opção de fonte de energia para a alimentação de aves. Ao substituir o milho na formulação de ração, a batata-doce é uma ótima opção para os avicultores que contam com essa cultura na propriedade. Mais barata, ela é uma ótima fonte de energia para os animais e ainda beneficia o meio ambiente, já que nesse caso, aproveitam-se os restos da cultura. Segundo Luis Antônio Suita, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, o aspecto mais interessante é que o agricultor familiar, em muitos lugares do Brasil, costuma produzir batata-doce.
O que fazemos então é aproveitar o resíduo da batata-doce que não é comercializado, transformando isso em uma farinha ou um farelo, que pode ser armazenado por até dois anos e serve para compor uma ração balanceada. A batata-doce é o ingrediente que fornece a energia da ração e, se o produtor já produz a batata-doce, o custo dessa ração acaba sendo muito baixo — afirma.
De acordo com o pesquisador, uma ração balanceada precisa de energia, normalmente fornecida pelo milho, proteína, fornecida pela soja, minerais, vitaminas e aminoácidos essenciais. A batata é a responsável por fornecer energia, variando entre 60% e 70% da ração.
É um alimento que tem todas as qualidades e necessidades que um frango precisa no manejo colonial. Além disso, existem ganhos ambientais. Como a parte mais nobre da batata-doce é comercializada, as batatas grandes ou pequenas demais ficam fora das características visuais de mercado e não são aproveitadas. Então, aproveitamos esse resto e transformamos em ração. Isso diminui o impacto ambiental, pois, em vez de comprar milho, aproveitamos os resíduos de batata-doce dentro da propriedade familiar — explica Suita.
Ele conta que, no momento da colheita, o produtor deve separar as batatas que serão comercializadas dos restos de batata. Esses restos podem ser armazenados por um tempo e, no momento oportuno, serão trituradas, formando grânulos. Os grânulos são passados em um secador e, após a secagem, são triturados novamente até se transformarem em farinha, que pode ser conservada por até dois anos em sacos herméticos.
No momento adequado, mistura-se a batata-doce com a proteína, que pode ser soja, a parte aérea da própria batata ou da mandioca. Depois, complementa-se com um núcleo, ou seja, vitaminas, minerais e aminoácidos que não estão presentes nas proteínas — diz.
O pesquisador fala ainda que, para os produtores que já plantam batata-doce e possuem os resíduos na propriedade, o custo fica muito mais baixo em relação à utilização do milho. Isso porque, para esses produtores, a batata custará em torno de R$0,20 a R$0,40 por quilo. Já no centro do país, onde a disponibilidade de milho é maior, seria preciso fazer os cálculos.
Além disso, quando o produtor formula sua própria ração, ele sabe que tipo de produto está fornecendo aos animais. Com isso, o retorno em termos de ganho de peso ou de postura das aves é muito melhor — explica.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Clima Temperado através do número (53) 3275-8113.
Fonte: Kamila Pitombeira www.diadecampo.com.br
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