terça-feira, 31 de janeiro de 2012


Com o início do ano, inicia-se também a série de leilões e exposições de animais em todo o território brasileiro. Junto com estas atividades vem, naturalmente, a perspectiva dos criadores por bons negócios.
Neste cenário é comum e, perfeitamente compreensível, que os criadores vislumbrem que seus animais sejam comercializados por altos preços. E isto, de certa forma se confirma nos leilões, com animais atingindo valores em torno de R$ 10.000,00. Esta situação é, sem sombra de dúvida, extremamente interessante para aqueles criadores que atuam no segmento de “animais de elite”, pois nestes rebanhos acontecem investimentos em genética e por consequência em nutrição e sanidade, já que estes são os três pontos básicos de todo e qualquer sistema de produção animal.  
Por outro lado, as cadeias produtivas da caprinocultura e da ovinocultura ainda mostram-se desarticuladas, em razão de obstáculos existentes em todos os segmentos. A desorganização dos produtores de caprinos e ovinos, a falta de capacitação tecnológica e gerencial de alguns produtores, as condições inadequadas das instalações existentes na maioria das propriedades, o baixo padrão racial da maioria dos rebanhos e a descapitalização dos produtores, associado à reduzida oferta de forragem durante o período de estiagem e a predominância do sistema de produção extensivo são alguns dos fatores limitantes da oferta de animais padronizados para o abate.
Vale à pena relembrar os outros fatores limitantes que afetam a comercialização das carnes de caprinos e ovinos: o abate clandestino, que concorre deslealmente com frigoríficos industriais, a falta de padronização de carcaças, em razão do baixo padrão racial dos rebanhos, a irregularidade no fornecimento de carne e derivados ao mercado, a ausência de promoção comercial e os elevados preços praticados no mercado, impossibilitando a abertura de mercado e reduzindo a competitividade com as carnes concorrentes.
A indústria de carne de ovinos e caprinos tem como alvo, um mercado em plena expansão, que, até pouco tempo, se caracterizava como “mercado de subsistência”, no qual o produtor não conseguia ter excedentes para venda, em âmbito nacional, como “mercado de carnes exóticas”, uma vez que, não havendo oferta suficiente a preços adequados, não se conseguiu estabelecer o hábito de consumo, como conseguiram as carnes de frango, bovino e suíno, que passaram a fazer parte do cardápio diário da população brasileira em geral.
 
Entretanto, muito se discute sobre o produto carne, mas, e o leite de cabra? Qual o cenário para este produto? Precisamos pensar neste segmento, pois em vários casos, o criador de cabras pode alcançar uma renda líquida em torno de R$ 1.000,00/mês. Este valor pode ser considerado baixo quando se leva em consideração a renda obtida com outras atividades, mas se for levado em conta que boa parte destes produtores se enquadra como pequenos em regime de agricultura familiar, este pode ser considerado como uma boa renda.
 
A cadeia produtiva da caprinocultura e ovinocultura precisa avançar cada vez, tendo em vista que, estas atividades têm uma importância socioeconômica muito grande no Brasil. Todavia, existe muita coisa a ser feita e como o ano está apenas começando, torna-se necessária a realização de discussões sobre todos os elos desta cadeia, envolvendo todas as entidades ligadas ao setor. 
Através destas discussões, ações continuarão a serem desenvolvidas e os benefícios serão alcançados, fortalecendo cada vez mais esta atividade.

Fonte: www.diadecampo.com.br

Incubadora genética melhora produção bovina

Projeto promete aumentar índice de produtividade do Rio Grande do Norte que costuma ser o mais baixo do país
Kamila Pitombeira
26/01/2012
O Rio Grande do Norte conta com índices de produção bovina 30% abaixo da média nacional. No entanto, o estado aposta no melhoramento genético do seu rebanho para se tornar mais competitivo dentro do mercado nacional. Isso porque desenvolvida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (Sebrae/RN,) em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) do município seridoense e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), uma incubadora de melhoramento genético promete melhor a produção de leite da região e espera superar o índice de produção bovina do país em até 15%.— O que desejamos com a incubadora é melhorar o perfil genético do rebanho de leite no Estado do Rio Grande do Norte. Temos índices de produtividade muito baixos, 30% abaixo da média nacional, que já é baixa quando comparada ao Estado de Minas, por exemplo — afirma Acácio Brito, gestor do projeto de leite e derivados do Sebrae/RN.
Essa é uma iniciativa pioneira e em um trabalho como esse, não há espaço para uma visão imediatista, como explica o gestor. Isso porque essa ação consiste na geração de um embrião que começará a mostrar resultados dentro de 3 ou 4 anos. Já em curto prazo, o objetivo é que pelo menos a produtividade de leite no estado se assemelhe à produtividade do país.
— Na medida em que o tempo for passando, espera-se superar a produtividade brasileira em até 15% — completa Brito.
A incubadora pode ser utilizada com qualquer gado leiteiro. O tipo de animal é uma escolha do produtor. Do ponto de vista do criador, a incubadora atende a dois públicos distintos. Um deles é o produtor que já seleciona a genética do rebanho. O outro consiste no criador comum, desde o pequeno que conta com uma ou 20 matrizes e que cria o gado sem nenhuma preocupação com a seleção genética.
— O edital do projeto será lançado entre a última semana de janeiro e a primeira de fevereiro. O produtor ou empresa que tem interesse em participar desse trabalho precisa estar atento ao edital para inscrever seus projetos — orienta o entrevistado.
Para mais informações, basta entrar em contato com o Sebrae/RN através do número 0800-570-0800.

Fonte: www.diadecampo.com.br

Gado irregular apreendido na fronteira será abatido


30/Jan/2012
Dois lotes de bovinos com irregularidades de identificação e suspeita de entrada clandestina em Mato Grosso do Sul – totalizando 266 cabeças – serão encaminhados para abate pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em razão da não comprovação da origem e em cumprimento à legislação vigente. A propriedade ficará interditada sob controle do serviço veterinário oficial.
Os animais foram localizados em uma propriedade no município de Bela Vista (MS), na divisa do Brasil com o Paraguai, durante a operação de vigilância reforçada que ocorre na região. O rebanho foi inspecionado por veterinários do Mapa e da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e não houve constatação de nenhum sintoma clínico de doença.
Fiscais federais agropecuários e médicos veterinários dos serviços veterinários estaduais de todo o Brasil estão atuando em 14 postos fixos, nove barreiras volantes e em algumas propriedades. Em seis pontos, as atividades ocorrem com o suporte do Exército.
 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Preço do suíno apresenta queda generalizada em janeiro


Globo Rural
25/01/2012

Na região de Holambra, interior de São Paulo, o preço do suíno teve uma queda de mais de 19% no mês de janeiro. No final de dezembro, o quilo do animal vivo estava sendo negociado por R$ 3,31, agora está em R$ 2,67.
Valdomiro Ferreira, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, explica que a queda acentuada acontece em função da redução no consumo e o aumento da oferta.
No momento, os custos de produção preocupam os produtores, altos em função dos grãos. Na região de Campinas, o custo de produção está em R$ 64 a arroba e na segunda-feira (23), o suíno foi vendido na Bolsa de Suínos por R$ 50, portanto R$ 14 negativos por arroba. Um animal que vai para terminação produz 4,5 arrobas, ou seja, o prejuízo está em torno de R$ 64 por animal abatido.
Nos próximos meses, com a entrada de grãos, principalmente da produção de milho no estado de São Paulo, que já começa a ocorrer, e o início das aulas com a tendência de aumento no consumo, o mercado deve dar sinais positivos. O ano de 2012 deve ser positivo em função das exportações.

Fonte: www.diadecampo.com.br

Secretaria da Agricultura orienta produtores sobre casos de raiva bovina


25/Jan/2012
Técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento continuam monitorando a incidência de raiva bovina, doença transmitida pelas mordidas dos morcegos hematófagos contaminados. Até sexta-feira (20) foram notificados 22 casos no Paraná, distribuídos principalmente na região Norte do Estado.
Dos números comunicados à secretaria, 18 casos foram em bovinos, dois em equinos, um em mula. “O importante é que os produtores adotem medidas preventivas para que possamos combater e acompanhar esses focos”, alerta a médica veterinária Elzira Jorge Pierre, responsável pela área de raiva do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis).
Entre as medidas está a notificação dos casos aos Núcleos Regionais da secretaria e às Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV) para que se possa acompanhar a evolução da doença nos animais. E em caso de morte, realizar a coleta do material para diagnóstico.
Os proprietários dos animais também devem informar sobre a existência de abrigos de morcegos hematófagos, que podem ser bueiros, casas abandonadas, ocos de árvores, cavernas e outros locais. “O Defis dispõe de equipes treinadas para esse trabalho. Elas são imunizadas contra a raiva antes de executar o trabalho de captura e monitoramento dos morcegos, que é uma das ações recomendadas pelo Ministério da Agricultura para o controle da doença”, diz Elzira.
Vacinação
Paralelamente a isso, o produtor deve vacinar seu rebanho contra a raiva bovina. A doença não tem cura e, uma vez contaminado, o animal morre. A doença pode ser transmitida de animais para humanos, levando-os à morte.
Nos animais de criação a vacinação é feita a partir dos três meses de idade, com reforço após 30 dias, e depois uma vez por ano. Proprietários das áreas próximas onde tenham sido identificados casos de raiva bovina devem vacinar seus rebanhos e também animais domésticos. “Embora a vacina não seja obrigatória no Estado todo, ela é recomendada nas regiões endêmicas. É uma vacina de custo baixo e bastante eficaz”, esclarece Elzira Pierre.
No caso das pessoas que tiveram contato com animal positivo para a raiva, é feita a notificação à Secretaria da Saúde, que avaliará a necessidade ou não de vacinação pós-exposição.
Os primeiros sintomas apresentados pelos bovinos infectados são perda de apetite, salivação, inquietação e mudança de hábitos, isolando-se dos demais animais do rebanho. O vírus acaba paralisando os membros posteriores dos animais, o que causa dificuldade de locomoção.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Manifestação contra maus-tratos


César Augusto
Cerca de 100 pessoas participaram da caminhada para pedir leis mais severas para quem comete crimes contra animais
Londrina - Uma manifestação pacífica a favor da penalização efetiva para quem comete crueldade e maus-tratos aos animais atraiu mais de 100 pessoas e chamou a atenção de outras centenas que passavam pela Avenida São Paulo e Rua Alagoas (Área Central de Londrina) ontem de manhã. Com faixas, cartazes, bexigas e apitos, o grupo saiu da Praça Marechal Floriano Peixoto por volta das 10 horas, mesmo horário que milhares de outras pessoas saíram de cerca de 300 cidades do país em protesto à ''penalidade branda'' que hoje é aplicada a quem comete crimes contra os animais. 

A organizadora do evento, a estudante de Jornalismo Kakal Ragazzi, contou que o manifesto nacional começou a ser divulgado por redes sociais há mais de dois meses. ''Eu fiquei sabendo dessa passeata nacional simultânea por amigos e comecei a chamar outras colegas que toparam. Foi aí que decidimos inscrever a cidade'', explicou, acrescentando que o número que pessoas que apareceram é maior do que a expectativa. 

''Isso mostra o quanto as pessoas estão cansadas de tanta crueldade e injustiça contra os animais'', destaca a estudante, citando o levantamento realizado pela ONg SOS Vida Animal, de Londrina, que aponta o abandono de cerca de 30 mil animais na cidade. ''São animais doentes, feridos e velhos que foram abandonados por pessoas cruéis, que não estão preocupadas com as consequências, pois sabem que não serão punidas com rigor. Queremos acabar com isso.'' 

Acompanhada do marido e com os dois cães de estimação, a zeladora Evanira Lukini conta que acabou se juntando ao grupo por curiosidade. E quando soube o motivo do ato fez questão de participar.b''Eu amo animais e acho uma tremenda judiação o que tem visto as pessoas fazerem com eles'', opinou. ''Se você não tem paciência, nem disposição para cuidar de um cão, um gato ou qualquer que seja o bicho, então não compre, nem adote. Mas não o trate como se fosse um objeto que você pode fazer o que bem entender com ele.'' 

''O que muitas pessoas não se dão conta é que os animais são seres vivos como nós. Eles sentem frio, fome, sede, medo e precisam ser respeitados. Isso não é um favor, é uma obrigação de todos nós'', afirmou a secretária Marina Oliveira, moradora de Assaí (Norte), que fez questão de acordar cedo e vir para Londrina, exclusivamente, para dar seu apoio ao manifesto. 

''Essa passeata é muito válida para chamar a atenção das pessoas e do poder público. Espero que as pessoas entendam a importância do movimento e que esta seja só a primeira de muitas outras'', acrescentou Marina. 

A pena para quem comete crime de abuso, maus-tratos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é detenção de três meses a um ano e multa (Art. 32, da Lei Federal nº 9605 de 1998 de Crimes Amientais). 

Serviço - Mais informações sobre o movimento nacional no www.crueldadenuncamais.com.br
Fernanda Carreira 
Fonte: www.folhadelondrina.com.br

Pecuaristas gastaram R$ 63,1 milhões com vacinas contra aftosa em 2011

99,76% dos pecuaristas de Mato Grosso vacinaram seu rebanho espontaneamente na etapa de novembro do ano passado
ACRIMAT
23/01/2012
Os pecuaristas de Mato Grosso desembolsaram R$ 63,1 milhões só com a compra de vacinas contra a febre aftosa em 2011 para imunizar o maior rebanho de gado de Brasil nas etapas de vacinação de maio e novembro. “Esse é um gasto que o pecuarista faz somente com a compra das vacinas, mas o montante é bem maior no processo de vacinação, porém o produtor tem consciência da importância dessa imunização para continuarmos exportando para mais de 180 países”, frisou o superintendente da Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso - Luciano Vacari. 
 
Hoje (20.01) o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) divulgou os resultados da etapa de vacinação de novembro de 2011em todo rebanho. Os dados demonstram que se obteve o melhor índice de vacinação espontânea já registrada no Estado com 99,76% do rebanho. Foram vacinados 29.122.232 animais em 108.359 propriedades rurais que produzem gado nos 141 municípios mato-grossenses. O rebanho total cresceu 1,5% com relação a 2010 e chegando a 29.193.319 cabeças. Com esse montante, Mato Grosso continua no topo de ranking como o maior produtor de gado do Brasil. Para vacinar todo esse gado o pecuarista gastou R$ 44,66 milhões, pagando um preço médio pela dose de R$ 1,53, segundo levantamento feito pelo Imea - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. 
 
O histórico de Mato Grosso quanto a imunização do rebanho contra a febre aftosa levou o estado a comemorar 16 anos sem registrar nenhum caso da doença. Esse fato desencadeou um processo de eliminação nas etapas de vacinação. Mato Grosso chegou a ter 04 etapas de vacinação contra febre aftosa. A partir de 2009 passou para 03 etapas, sendo uma em fevereiro para animais de zero a 12 meses da fronteira com a Bolívia, em maio para animais de 0 a 24 meses e outra em novembro para animais de todas as faixas. A partir deste ano a etapa de fevereiro também foi retirada do calendário.
 
“O Indea fez um levantamento sorológico minucioso e constatou que os animais de zero a 12 meses localizados na fronteira e que recebiam vacina em fevereiro apresentavam a mesma imunidade que os demais animais dessa faixa etária que não eram vacinados nesse período”, disse o presidente do Indea, Valney Souza Côrrea. Diante disso, foi feita a solicitação junto ao Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – para retirada da etapa de vacinação de fevereiro. Ele ressaltou que os produtores da Bolívia continuarão recebendo a doação de vacinas contra aftosa. No ano passado foram 190 mil doses repassadas aos produtores bolivianos.
 
Para a Acrimat a preocupação do setor é sempre com o controle sanitário do rebanho de Mato Grosso, “e se o Indea se sente seguro com os levantamentos técnicos realizados para fazer essa solicitação ao ministério, é sinal que o trabalho foi bem feito e que o estado merece esse beneficio”, disse Luciano Vacari. Para ele o trabalho de fiscalização  deve ser intensificado, principalmente na área de mais de 700 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia. 
 
Quem deixou de vacinar no período estabelecido vai pagar multa por cabeça de gado não vacinado, além da suspensão no movimento das fichas sanitárias dos inadimplentes junto aos escritórios do Indea-MT. O gado que não foi vacinado de forma espontânea será vacinado pelos técnicos do Indea. (Rosana Vargas)

Fonte: www.diadecampo.com.br

Biodisel de sebo bovino

Pesquisa avaliou os problemas do sistema agroindustrial do biodiesel cuja matéria-prima é o sebo bovino
USP ESALQ
23/01/2012
A implantação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), em 2005, estimulou a produção de oleaginosas a partir da agricultura familiar e a negociação do biodiesel por leilões, impulsionando o desenvolvimento da indústria de biodiesel no país.
 
Hoje, aproximadamente 80% da produção brasileira de biodiesel provem da utilização do óleo de soja, de 9 a 15% advêm do uso de sebo bovino, cuja participação em 2009 foi quase seis vezes superior à soma do uso da mamona e da palma.
 
Porém, a gordura bovina ainda é pouco associada à produção de biodiesel, seja pela incipiência de um mercado organizado para o sebo ou pelas poucas informações acerca das transações entre fornecedores e as plantas produtoras de biodiesel.
 
A fim de compreender os problemas encontrados no sistema agroindustrial do biodiesel, especialmente no que se refere ao uso do sebo bovino como matéria-prima, o economista Gabriel Levy, da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ), buscou definir variáveis que poderiam implicar maior eficiência à cadeia do biodiesel e verificar se a integração vertical é o regime de governança mais apropriado para este setor. Na pesquisa, orientada pela professora Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), foi realizado um estudo multi-caso com oito usinas de biodiesel no Brasil que utilizam sebo bovino como matéria-prima.
 
De acordo com o pesquisador, o fato de o Brasil possuir o segundo maior rebanho bovino do mundo, aliado ao baixo preço da matéria-prima e ao alto aproveitamento desta na produção de biodiesel (até 93%), podem explicar o desenvolvimento dessa indústria no país. Além disso, Levy afirma que a utilização desta fonte de matéria-prima de um lado permite a expansão da produção sem a concorrência com a produção de alimentos, e de outro pode ser uma forma ambientalmente melhor de destinação do resíduo. "O biocombustível revelou-se um possível destino para o sebo, além dos cosméticos, sabões e ração animal. Assim, poderia resultar na menor geração de danos ambientais, como contaminação de solos e lençóis subterrâneos no despejo do material no ambiente", explica.
 
Entretanto, a produção de biodiesel com sebo bovino apresenta problemas na aquisição da matéria-prima, pela falta de coordenação na cadeia produtiva entre frigoríficos/graxarias e usinas de biodiesel. "A falta de um mercado organizado traz problemas referentes às oscilações do preço deste produto, bem como sobre a qualidade da matéria-prima, constituindo-se um ponto relevante, visto que um material de má qualidade pode implicar na geração de custos adicionais aos produtores de biodiesel, pela necessidade de tratamento do sebo e purificação dos resíduos pelas usinas. A maior consequência do problema referido é a geração de um combustível de má qualidade", afirma.
 
Integração
 
A pesquisa conclui que a integração vertical pode ser considerada a estrutura de governança  mais apropriada para a produção de biodiesel a partir de sebo bovino, dada a falta de padronização existente. Levy explica que o sebo é um ativo com especificidades técnicas e físicas, o que atesta tanto a necessidade de criação de normas técnicas para a padronização da matéria-prima, como também a extensão do selo social ou criação de certificação ambiental para o sebo bovino a fim de melhorar a coordenação entre os agentes das transações por meio de políticas públicas, o que poderia estimular a diversidade de matérias-primas além da possibilidade de abatimento das emissões de gases poluentes pela atividade pecuária. "A verticalização representaria um meio de reduzir os riscos associados à baixa qualidade do material, como também diminuir custos vinculados à informação sobre o produto. Neste sentido, a questão relacionada à informação justifica a percepção de que a integração vertical possa ser a configuração mais apropriada, uma vez que internalizaria as transações e reduziria os problemas relativos ao fornecimento. Assim, não apenas traria modificações positivas para ampliação do uso da matéria-prima na produção do biodiesel, como também possibilitaria alterações estruturais nas formas de comercialização do sebo bovino", conclui. (Ana Carolina Miotto)
 

Fonte: www.diadecampo.com.br

Cuidados durante vacinação evitam contaminações

Esterilização das agulhas evita que agentes contaminantes sejam inoculados no organismo do animal
Kamila Pitombeira
23/01/2012
Para manter os animais sadios, é preciso oferecer alimentação adequada e adotar boas práticas de manejo e higiene. Além disso, os cuidados com a vacinação devem fazer parte da rotina do pecuarista. Entre eles, a utilização da dosagem adequada, a temperatura de conservação do medicamento e a esterilização das agulhas são os mais importantes e podem evitar problemas de saúde. Para se ter uma ideia, no caso das agulhas, a esterilização pode evitar que agentes contaminantes sejam inoculados no organismo do animal.— Nesse período do ano, precisamos ter cuidado principalmente com as vacinas obrigatórias. O calendário varia de acordo com o estado. No Mato Grosso do Sul, temos na época de final de ano a vacinação contra febre aftosa. Nesse período, aproveitamos para aplicar outras vacinas, dependendo do cronograma de cada estado — afirma Paula Miranda, médica veterinária da Embrapa Gado de Corte.
De acordo com ela, normalmente as vacinas são aplicadas uma vez ao ano. No entanto, dependendo do tipo do medicamento, é feita a primeira vacinação com um reforço após cerca de 20 a 30 dias.
— Normalmente, as dosagens são padronizadas pelo laboratório e giram em torno de 2ml e 5ml para bovinos. Já em relação a cuidados com o medicamento, como se trata de um produto que costumar ser composto de microorganismos vivos, é preciso tomar alguns cuidados para que ele seja conservado de forma adequada — explica a entrevistada.

Entre esses cuidados, está a temperatura de conservação da vacina, que deve estar entre 2°C e 8°C, além do cuidado em relação à radiação solar. Paula diz que, durante o manejo de aplicação da vacina, além de estar em um isopor com gelo e conservada adequadamente, ela deve estar longe da radiação.
— É preciso ter cuidado ainda com a limpeza do material, evitando assim que agentes contaminantes sejam inoculados no organismo do animal. Para evitar esse tipo de contaminação, é recomendado fazer ainda uma prévia esterilização das agulhas, além de trocá-las a cada 10 animais vacinados — orienta.
A pesquisadora acrescenta também que, nessa época do ano, há uma grande incidência de bicheiras em função do alto volume de chuvas, além da mudança de temperatura e da condição ideal para o desenvolvimento de carrapatos. Portanto, os produtores devem ficar ainda mais atentos.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Gado de Corte através do número (67) 3368-2000. 

Fonte: www.diadecampo.com.br

Veterinário adverte sobre risco do consumo de carne sem inspeção


19/Jan/2012
Donas de casa e seus familiares correm sérios riscos de contrair doenças perigosas ao ingerir carne bovina procedente do abate de bois sem controle sanitário. A advertência é do médico veterinário Paulo de Oliveira Roça, pesquisador da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp. “Entre as doenças mais graves, estão as chamadas zoonoses, como a tuberculose, toxoplasmose e brucelose”, destaca o especialista, explicando que, em alguns casos, essas enfermidades podem até provocar a morte. Entre os sintomas básicos destas doenças estão vômitos, enjôos, fortes dores de cabeça e febre intermitente.
Mas, além dos problemas decorrentes do abate irregular, há ainda outras doenças que ameaçam o consumidor. Frigoríficos que conservam mal as carnes processadas ou pontos de venda que comercializam o produto fora do prazo de validade podem transmitir salmonelas e coliformes – o que, segundo Paulo Roça, também pode trazer graves problemas à saúde das pessoas.
Para se proteger contra males como esses, Roça aconselha o consumidor a sempre verificar se o ponto de venda está limpo e é confiável. “Por exemplo, se os cortes bovinos estiverem em embalagens fechadas e com o selo do Serviço de Inspeção Federal significa que a carne foi trabalhada com todo o cuidado sanitário por parte do frigorífico” – ressalta o pesquisador da Unesp, numa entrevista à Radioweb que pode ser ouvida, na íntegra, no blog Carne Saudável (www.carnesaudavel.blog.br).

Fonte: www.aviculturaindustrial.com.br 

Secretaria da Saúde amplia rigor no uso de inseticida contra a dengue


20/Jan/2012
A partir de agora, a utilização de inseticidas em equipamento acoplado a veículo – o chamado fumacê – como estratégia de combate à dengue nos municípios do Paraná só será permitida mediante autorização prévia da Secretaria de Estado da Saúde. A norma consta da resolução 412/2011, editada pela secretaria para garantir o uso criterioso desse recurso, que é considerado uma medida extrema e complementar às ações de bloqueio, como eliminação de criadouros, mobilização da população, limpeza pública e saneamento urbano.
De acordo com a resolução, ao receber solicitações de uso do fumacê a secretaria analisará aspectos epidemiológicos (histórico de casos) e entomológicos (frequência de infestação anual). Nos casos em que for autorizada a utilização de inseticidas, os municípios deverão divulgar previamente, em meios de comunicação, os locais onde a operação será realizada.
Nos dias de aplicação, os locais deverão ser sinalizados e a operação será supervisionada pela Secretaria da Saúde. Os casos de descumprimento da resolução serão notificados ao Ministério Público Estadual, assim como todas as solicitações para utilização do fumacê, autorizadas ou negadas.
O superintendente de Vigilância em Saúde da secretaria, Sezifredo Paz, explica que as ações de combate à dengue devem ser precedidas de um diagnóstico da situação do município, seguido pela remoção mecânica dos criadouros. O fumacê só é utilizado quando há falha nas ações anteriores.
“O uso deve ser feito de forma direcionada e limitada”, reforça a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Jaqueline Finau. Ela lembra que o excesso de inseticidas pode causar intoxicações, resistência e danos ao ambiente a curto, médio e longo prazos.
Assinada pelo secretário Michele Caputo Neto, a resolução que normatiza o uso racional destes produtos foi encaminhada aos responsáveis pelo Programa de Controle da Dengue nas Regionais de Saúde e municípios, além de estar disponível para consulta na página da Secretaria da Saúde na internet (http://www.sesa.pr.gov.br/).
O documento contém anexos de preenchimento obrigatório pelos municípios que julgarem necessário solicitar autorização para realização de fumacê.
Scali
A resolução também institui a Seção de Apoio Logístico de Insumos e Equipamentos (Scali), que ficará responsável pelo controle de estoque, armazenamento e organização de insumos estratégicos para o combate à dengue, bem como a operacionalização da distribuição e recolhimento. “Também ficará a cargo da Scali o levantamento do impacto ambiental das ações dos inseticidas, que servirá de base para ações posteriores”, explica Jaqueline Finau.
Números 
No informe técnico divulgado quarta-feira (18) foram confirmados 243 casos de dengue no Estado de agosto de 2011 a janeiro de 2012. Neste período foram notificados 11.496 casos, dos quais 6.908 casos já foram descartados. Os outros casos permanecem em investigação.
“O alto número de notificações, se comparado ao de confirmações, mostra que está havendo uma boa vigilância da dengue por parte dos serviços de saúde. E mesmo com este acompanhamento atento, foram registrados menos casos positivos do que nos boletins anteriores”, diz a coordenadora.